sexta-feira, 18 de março de 2011

No templo da boemia


Além do carinho pessoal que, de longa data, nutro pela casa localizada num pedaço gostoso da Vila Madalena, esse bar chamado Astor, consegue ser elegante sem perder o clima descontraído, adequado para os momentos de prazer em boa companhia. A idéia de resgatar a verdadeira boemia e a arte de botecar proposta na concepção do bar, é coroada de pleno êxito. Essa preocupação se revela na decoração ambiente, com toque retrô, valendo destacar o belo balcão montado no salão principal, garimpado pelos magos da noite, digo, pelos sócios proprietários de um antigo bar em viagem à Pensilvânia. Não menos charmoso é o salão localizado no piso inferior que conta com uma bela adega de poucos, porém bons rótulos de vinhos do velho e do novo mundo.
Outro destaque local da maior importância, é o bar man, quesito nota 10 no Astor que não só mantém, como enaltece o profissional da ciência que trata das formulações etílicas. Nesse departamento, reina o mestre Pereira, responsável pela reprodução com maestria de drinques clássicos, famosos ou populares, para o deleite dos apreciadores de um bom Martini, um Caju Amigo, um Belini, um Mojito, um Kirr Royal, um Bloody Mary e claro, saborosíssimas caipirinhas, além de dar um toque pessoal, inovar ou criar variantes em vários outros coquetéis.
Se do lado interno do balcão o comando dos copos e garrafas está garantido, do outro lado uma equipe competente, atenciosa e muito bem preparada, sob a batuta do Maitre Silva, complementa a obra realizando um trabalho de mesa cortês, incluindo o serviço eficiente do chopp tirado com precisão e o controle do concorrido Clube do Whisky.
Como não se vive só dos líquidos, outro 10 para o Astor, desta vez no quesito culinário, com uma seleção de ótimos petiscos, com destaque para a porção mista de canapés, as almôndegas levemente picantes e a porção de pastéis. Já as Madeleines (panelinhas com especialidades da casa) são um capítulo à parte.
A de frutos do mar é imperdível. Um detalhe legal no Astor é a seleção de queijos e frios de ótima qualidade, que podem ser escolhidos ao gosto do freguês, utilizando um pequeno formulário e lápis disponíveis em todas as mesas. Uma iguaria que não se pode deixar de mencionar são as ostras catarinenses que chegam  fresquíssimas às sextas-feiras, servidas sobre uma camada de gelo, deliciosas com gotas de limão e uma pitada de pimenta do reino moída na hora.
A marca da boemia também se faz presente no cardápio que oferece pratos clássicos que saem da excelente cozinha, como Strogonoff, Linguado à meniere, o Bife à milanesa com purê de batatas, se preferir substitua o bife por língua.
Um must nas velhas e boas madrugadas.
Ou ainda, o imbatível Filé Chateaubriand, tudo isso sem esquecer da opção mais botequeira, o Picadinho de filé na ponta de faca, completíssimo. Para fechar, pudim de pão da vovó e não se fala mais nisso.


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