segunda-feira, 16 de maio de 2011

RABO DE PEIXE BOTECO

Por Miguel Lopes


A história de sucesso desse bar começou em outras paragens, na verdade, há doze anos. Naquela época era frequentado por uma turba de jovens que lotava, não só o bar como as calçadas, dando vida e iluminando aquele efervescente ponto de encontro lá na Vila Olímpia.

Hoje o Rabo de Peixe, mais maduro, localizado em outra vila boêmia, a pulsante Vila Madalena, recebe um público mais exigente, que valoriza música ambiente e boa conversa, em vez da “muvuca” do antigo ponto.

A casa segue a velha e infalível fórmula para atrair e cativar o seu público, mantendo o bom atendimento, brigada treinada e afinada e, claro, produtos de qualidade.

Ocupando um imóvel de dois andares, o piso inferior tem pé direito alto e um enorme painel colorido na parede de fundo que confere ao ambiente um clima alegre e descontraído. No andar superior, mais reservado, oferece um espaço com uma bela e desafiadora mesa de sinuca, que atrai os apreciadores do esporte para, entre um gole e outro, darem boas tacadas com os amigos.

Um detalhe interessante que não passa despercebido fica logo na entrada, trata-se de uma estação multicor de caipirinhas, com as cores emprestadas pela grande variedade de frutas e outros ingredientes especiais de onde saem algumas especialidades do mais legítimo drinque brasileiro. Elas podem ser preparadas com uma das excelentes cachaças mineiras ou nas versões ramificadas da receita original com vodka ou sakê. Nessa última versão, para o deleite dos adeptos às harmonizações etílico-gastronômicas, a imperdível caipirinha Mandarin (sakê, manga, lichia e tangerina) combina maravilhosamente com as ostras frescas que chegam diariamente de Florianópolis, criadas em uma fazenda de propriedade dos donos do bar.

As surpresas não param por aí, o tratamento para o serviço do chopp é outro destaque, com câmara fria, maquinário e chopeira desenvolvidos especialmente para o Rabo de Peixe. Desse complexo sai o líquido dourado e cristalino da torneira sem pressão e o creme denso e brilhante da torneira pressurizada, note bem, por gás nitrogênio no lugar do dióxido de carbono, nos moldes daquela, mundialmente famosa, cerveja irlandesa.

O chopp, qualidade Eisenbahn, oferecido em três variações, cristal, dunkel e weizenbier, é servido na temperatura e colarinho corretos. Para assegurar a leveza, são utilizados copos de parede fina, cujo design dos anos 1950 inspirou o nome da casa. Isto mesmo, o nome Rabo de Peixe veio do copo escolhido pelos proprietários e são produzidos até hoje numa tradicional vidraria pelo método artesanal de sopragem.

Para fechar, uma passada pela cozinha, afinal aquele reforço estratégico é fundamental para seguir a noitada. Nesse setor, além dos petiscos típicos de boteco, uma boa pedida é a excelente picanha argentina, preparada na brasa, ou a calabresa de metro de produção caseira, escoltada por uma crocante polenta. Outro destaque fica com a divina e deliciosa meca (atum branco) grelhada, que chega à mesa no ponto certo, nota dez na investida culinária marítima.

Trocando a noite pelo dia, muito boa a sociável e apetitosa feijoada servida em buffet, com música ao vivo de primeira qualidade, formada por violão sete cordas, cavaquinho, percussão e voz, interpretando clássicos da bossa nova e MPB, o sábado fica perfeito. Se alguém perguntar por mim...

Rabo de Peixe Boteco
Rua Wisard, 138 Fone: (011)3031-8110
Segundas às sextas-feiras das 12h00 às 15h00 e das 17h00 à 01h00
Sábados, domingos e feriados das 12h00 à 01h00
Cartões de crédito e débito Visa e Redecard

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