quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Espumas e Cremes


Muito se fala sobre cervejas mas pouca gente escreve sobre esse elemento que coroa nosso ouro líquido, a espuma. Quase todos os estilos de cerveja apresentam alguma formação de espuma. Sim quase pois alguns rótulos, como a Utopias da Samuel Adams ou a Tactical Nuclear Penguin, da Brewdog, vão trazer um sutil colar de espuma, geralmente por conta da alta concentração de álcool que acaba inibindo a carbonatação, ou o frisante, como prefere minha amiga Cilene Saorin.
As cervejas inglesas também têm a característica de não trazer espumas abundantes. E, não devemos deixar de levar em conta que os consumidores daqueles países têm por hábito beber seus pints totalmente repleto de líquido, com, quando muito, uma leve camada que forma a beer head.
Mas para a grande maioria dos estilos de cerveja que conhecemos, a espuma é um elemento crucial. No visual ela participa dando um majestoso e perfeito acabamento aos copos, canecas e taças. No tátil, a espuma surge abrindo um suave caminho para o precioso líquido que será degustado. E não podemos esquecer que ela funciona como uma camada de proteção, ajudando a manter a temperatura e a evitar que a cerveja entre em contato com o ar. Guarda os aromas e evita um início de oxidação nas cervejas mais delicadas.
Dentre os estilos que mais proporcionam uma bela formação de espuma, vale citar as cervejas de trigo, tipo Weiss ou Wit. É uma característica desses rótulos a formação abundante de espuma. Não dá pra imaginar um belo copo de weiss sem aquela fantástica coroa branca emprestada justamente pela espuma.
Espumas branquissimas, diferentemente do que encontramos nas escuras stouts, por exemplo, onde essa camada vêm numa coloração bege, compondo um visual harmonizado com o líquido marrom escuro .
Não posso terminar este artigo sem falar da espuma no chopp. Aliás espuma não mas o creme.
Num chopp bem tirado, após servir a taça, o barman aciona uma outra torneira, ou nas chopeiras de uma torneira só simplesmente inverte a alavanca, de tal forma que por conta da pressão e da diminuição do diâmetro da passagem, forma-se uma espuma densa, mais clara e deliciosa – o famoso creme. Chopp sem creme não existe. Dois a três dedos de "colarinho" são essenciais. O copo bem servido é uma verdadeira obra de arte, que nos traz um outro prazer, o da contemplação do belo. Dá mais vontade de degustá-lo.
Muito bem, prestem atenção nas espumas e cremes de seus próximos copos de cerveja e de chopp. Vale a pena curtir esse outro prazer.
E bebam com moderação e sabedoria. Essa é a mais simples receita para se viver melhor e mais feliz.
Abração.
Luiz Caropreso
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